Jonatas foi levado pelos policiais ao hospital onde seu avô
estava. Ele já era velho e doente, e receber a notícia de que seu neto havia
fugido, só tinha piorado tudo. Seu velho coração não aguentou. A avó de Jonatas
estava com o rosto vermelho e com lágrimas nos olhos, na sala de espera do
hospital. Aquilo deveria ser demais pra ela: Um neto sumido, um marido
internado... Ela orava sem parar.
Quando viu Jonatas se aproximar, seu rosto se iluminou, e
ela apenas o abraçou. O garoto também começou a chorar, sabendo que tudo aquilo
era culpa dele. Sua avó não disse nada sobre o ocorrido, nem culpou o garoto.
Eles ficaram em silêncio total durante horas. Às vezes Jonatas andava pelo
hospital, e orava a Deus, afim de que Ele o escutasse e o perdoasse, e claro,
melhorasse seu avô.
Durante 3 (longos) dias, a agonia continuou. Nenhuma
melhora. Jonatas e sua avó se revezavam no hospital, esperando notícias. No 3º
dia, Jonatas estava sentado na sala de espera, quase adormecido.
Médico: Boas notícias! – ele disse com um sorriso iluminado
– Seu avô já está acordado.
Jonatas quase pulou da poltrona. Uma onda de alívio e
alegria encheu seu coração. Tudo o que sabia fazer era agradecer a Deus.
Médico: Ele ainda precisa de uns 15 minutos para tomar os
medicamentos e se preparar, só então você poderá ir vê-lo. Mas cuidado, ele não
pode ter emoções fortes por um tempo. Fora isso, ficará bem.
Jonatas sorriu para o médico e agradeceu pelas informações.
Eram as melhores possíveis. Ele ainda tinha 15 minutos antes de ver seu avô.
Pensou em procurar um telefone público para avisar sua avó. Andou por uma boa
parte do hospital, e se deparou com uma mulher saindo de um quarto,
desconsolada. Era dona Lúcia, mãe de Nívea. Seu rosto se iluminou assim que viu
Jonatas parado à sua frente, a poucos metros do quarto.
Dona Lúcia: Meu filho, graças a Deus que você está aqui! Ela
está cada vez pior! – sua voz foi um sussurro, em meio aos olhos lacrimejando -
Eu pedi tanto a Deus para que você viesse!
Pelo jeito como falava, não sabia de nada que havia
acontecido com seu avô.
Dona Lúcia: Entre! – ela disse antes que Jonatas pudesse
dizer qualquer coisa.
Ela empurrou o garoto para dentro do quarto. Jonatas
entendeu que essa era uma missão que Deus havia mandado para ele, e de modo
algum, poderia ser ignorada. Ele já havia tentado, e os resultados não haviam
sido bons. A melhora de seu avô era uma prova de que ele devia obedecer.
Dona Lúcia: Vou deixar vocês a sós! – ela disse com um
brilho no olhar.
Fé? Esperança? Ela acreditava mesmo que Deus usaria Jonatas.
Jonatas olhou para dentro do quarto, e lá estava ela, sobre
a cama. Estava bem pior do que pensara. Aquela Nívea do colégio não podia ser
essa mesma Nívea, fraca, sem brilho. Seus cabelos já não existiam devido ao tratamento,
e seus olhos estavam abatidos.
Nesse momento, a compaixão encheu o coração de Jonatas. O
fez esquecer todo o passado, e estender suas mãos sobre a garota, e orar por
ela. Depois disse para que ela se arrependesse de todo o mau, o que fez as
lágrimas caírem de seus olhos. Foi sua única resposta.
Os dias se passaram, e a vida de Jonatas voltou ao normal.
Seu avô estava bem, e havia lhe passado um sermão devido ao susto que o fez
passar. Jonatas havia aprendido uma lição: É sempre bom obedecer a Deus, mesmo
que... Mesmo que não concordasse.
E se Nívea voltasse a ser o que era? E se ele voltasse a ser
ridicularizado por ela? Ia ter mesmo valido a pena? Por falar nisso, não havia
mais tido notícias dela.
Já no colégio, se sentou em seu costumeiro lugarzinho junto
à uma árvore, enquanto olhava uma turma
de alunos em volta de alguém, se aproximando. Era Nívea, contando o milagre que
Deus havia feito na vida dela, e de como ela havia sido salva. Ela não se
aproximou de Jonatas, mas seus olhares se encontraram. Ela sorriu um sorriso
simples, mas que demonstrava uma eterna gratidão, um verdadeiro arrependimento.
Uma vida salva.
--
Esse é o fim da história, galera. Mas vocês perceberam a semelhança com a história do nosso antigo amigo Jonas, certo? No próximo domingo, teremos as semelhanças entre Jonatas e Jonas.
Fiquem na paz, Lay.
Nenhum comentário:
O que achou do post eim? Deixe seu comentário aqui: