Jonatas suspirou profundamente.
Jonatas: Mas por que eu? – perguntou outra vez a seu avô.
Avô: Você é abençoado! Deus te agraciou com um dom
maravilhoso! Ele escuta suas orações, e cura as pessoas através de você. – ele respondeu
em meio a tosses fracas.
Avó: É verdade, meu filho – disse a velhinha simpática parada
na porta.
Jonatas: Mas vovó...! – o jovem relutou.
Avô: Sem mas, Jonatas! Deus te deu o dom para usar segundo a
vontade dEle, não quando você quiser. – disse firme.
Jonatas: Eu não acho que Deus queira que eu ore por ela. –
Jonatas resmungou revirando os olhos.
Avó: Não seja tolo! Ele quer curá-la, e você será o
instrumento usado! Pobrezinha... Não sai daquela cama de hospital.
Jonatas: Mas ela nem gosta de mim, vovó! – resmungou – Nunca
gostou! Eu também não vou muito com a cara dela... Eu e Nívea somos água e
óleo. Além do mais, do jeito que ela é, não vai aceitar a cura, nem vai se
concertar com Deus. Talvez seja melhor Deus...
Avô: Basta! - ele o
interrompeu bruscamente – Você não é Deus, e não pode decidir por Ele. Amanhã
você irá naquele hospital orar por ela com toda sua fé e seu amor, pois ela é
sua irmã em Cristo! Quanto ao coração dela, só Deus sabe.
Dizendo isso, os avós de Jonatas se retiram do quarto.
Jonatas soltou um murmúrio de desaprovação. Ele era abençoado por Deus, tinha
intimidade com Ele, e tinha o lindo dom de curar as pessoas em nome de Jesus.
Era constantemente procurado pelas pessoas de sua pequena cidade. Seu caráter
cristão era excelente, exceto por Nívea. Ela era da mesma escola e da mesma
igreja de Jonatas, mas além de atormentá-lo na frente de seus amigos com
piadinhas maldosas, seu caráter cristão não era necessariamente coerente.
Jonatas se irritava com Nívea facilmente. Já havia tentado amá-la e perdoá-la
por todas as humilhações públicas, mas não era uma coisa fácil de fazer.
Acontece que Nívea descobriu um tumor maligno em seu
organismo há uns meses, e seus pais procuraram Jonatas desesperados para que
fosse orar por Nívea. Pelo menos se não fosse da vontade de Deus que ela fosse
curada, ela se converteria. O tumor havia se desenvolvido rapidamente, e ela já
estava passando por todo processo de quimioterapia, mas ninguém da cidade tinha
tanta esperança assim. Todos esperavam que Jonas intercedesse pela garota. Seus
avós insistiam para que ele fosse, mas ele não estava convencido. Ele ia
conseguir ser sincero diante de Deus em sua oração, em favor de alguém que era
tão ruim? Era melhor deixar as coisas esfriarem. Ele ia fingir que não sabia de
nada, iria ignorar. Quem sabe ir pra outro lugar e esperar as coisas se
acalmarem? Daqui há alguns dias todos já teriam esquecido, e ele voltaria.
Ninguém ia saber sobre ele, e as coisas iam se resolver sozinhas. Conhecia até
um lugar perfeito: A casa do tio Tarcísio! Era só partir pela manhã,
escondidinho...
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Querem saber o resto da história? Voltem no próximo domingo! ;)
Fiquem na paz, Lay.
Que delícia de ler!!!! To louca pra chegar domingo!!! Parabéns Lay!!!
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