domingo, 8 de abril de 2012

Fugitivo


O despertador tocou às 5:30 da manhã, mas ele não era necessário. Jonatas tinha passado a noite inteira em claro, andando por todo quarto. Sua consciência o acusava, não poderia fugir assim, e não poderia desobedecer a Deus. “Mas talvez assim seja melhor”, tentava se justificar. Ele não queria de maneira alguma, orar por Nívea. Além do mais, sua passagem já tinha sido comprada. Pegou sua mochila já pronta, e desceu as escadas devagar para que seus avós não acordassem.
Caminhou nas ruas ainda escuras de sua cidade em direção à rodoviária. Tinha escolhido esse horário para que ninguém o visse. Tudo estava completamente deserto, e no ônibus que ia pegar havia umas 5 pessoas. Sentou-se ao fundo, e tentou dormir o que não havia conseguido dormir na noite anterior, mas seus pensamentos o perturbavam. Não tirava da cabeça os pais desesperados da garota, mas seu orgulho, e as lembranças das piadinhas de Nívea cegavam totalmente toda a compaixão e amor ao próximo.
Quando finalmente adormeceu em meio aos balanços do ônibus e da sua mente, acordou com o sol batendo no rosto intensamente, e concluiu que já devia ser bem tarde. O ônibus estava parado, e havia uma grande movimentação do lado de fora. Percebeu que já havia bem mais gente dentro do ônibus, e todos eles estavam atentos à confusão do lado de fora.
O motorista do ônibus e alguns curiosos que haviam descido estavam conversando com alguns policiais. Eles estavam sérios, e pareciam querer entrar no ônibus. De repente eles romperam a barreira de pessoas na porta e entraram no veículo à procura de algo, ou alguém. Jonatas se encolheu no canto, pois além de estar fugindo, era menor de idade.
Policial: Quem é Jonatas Silva? – ele disse com voz firme.
O coração de Jonatas bateu mais forte. Com certeza seus avós haviam mandado a polícia atrás dele. Não respondeu nada, apenas olhou pela janela como se não fosse com ele.
Policial: Jonatas Silva? – perguntou mais irritado.
Sem respostas. Todos estavam tensos, olhando uns paras os outros. Nesse momento o motorista e o resto dos passageiros já estavam dentro do ônibus, alguns impacientes.
“Quem é esse?” As pessoas perguntavam para o policial.
Policial: Ele é um menor de idade, que provavelmente está viajando sem um acompanhante responsável. Sinto muito, mas essa viagem terá de ser cancelada! – ele disse para o motorista – Pode retornar para cidade de origem.
As reclamações e protestos dos passageiros encheram o ar. A viagem ia ser cancela por culpa de Jonatas! Várias pessoas iam perder seus compromissos por conta dele. Era melhor assumir a responsabilidade de uma vez.
Jonatas: Sou eu. – ele se levantou.
Automaticamente atraiu todos os olhares. O policial o avaliou da cabeça aos pés.
Policial: Vem comigo. – disse seco.
Jonatas pegou suas coisas e desceu do ônibus. Já dentro da viatura, viu o ônibus partir em direção a seu destino. Além do polical que estava ao volante, o mesmo que havia o tirado de dentro do ônibus, havia outro no banco de passageiros.
Polical 2: Você é menor de idade, garoto?
Jonatas apenas assentiu com a cabeça.
Policial 2: Por que fugiu?
Jonatas permaneceu calado. O policial não insistiu.
Policial 2: Já soube do seu avô?
Jonatas: O que houve com meu avô? – ele disse se desencostando da janela rapidamente.
Já sentia que havia coisa ruim acontecendo e isso era tudo fruto de sua desobediência a Deus.
Jonatas: Diz, o que houve com ele?


No próximo domingo, parte final da história de Jonatas!
Fiquem na paz, Lay.
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