O despertador tocou às 5:30 da manhã, mas ele não era
necessário. Jonatas tinha passado a noite inteira em claro, andando por todo
quarto. Sua consciência o acusava, não poderia fugir assim, e não poderia
desobedecer a Deus. “Mas talvez assim seja melhor”, tentava se justificar. Ele
não queria de maneira alguma, orar por Nívea. Além do mais, sua passagem já
tinha sido comprada. Pegou sua mochila já pronta, e desceu as escadas devagar
para que seus avós não acordassem.
Caminhou nas ruas ainda escuras de sua cidade em direção à
rodoviária. Tinha escolhido esse horário para que ninguém o visse. Tudo estava
completamente deserto, e no ônibus que ia pegar havia umas 5 pessoas. Sentou-se
ao fundo, e tentou dormir o que não havia conseguido dormir na noite anterior,
mas seus pensamentos o perturbavam. Não tirava da cabeça os pais desesperados
da garota, mas seu orgulho, e as lembranças das piadinhas de Nívea cegavam
totalmente toda a compaixão e amor ao próximo.
Quando finalmente adormeceu em meio aos balanços do ônibus e
da sua mente, acordou com o sol batendo no rosto intensamente, e concluiu que
já devia ser bem tarde. O ônibus estava parado, e havia uma grande movimentação
do lado de fora. Percebeu que já havia bem mais gente dentro do ônibus, e todos
eles estavam atentos à confusão do lado de fora.
O motorista do ônibus e alguns curiosos que haviam descido
estavam conversando com alguns policiais. Eles estavam sérios, e pareciam
querer entrar no ônibus. De repente eles romperam a barreira de pessoas na
porta e entraram no veículo à procura de algo, ou alguém. Jonatas se encolheu
no canto, pois além de estar fugindo, era menor de idade.
Policial: Quem é Jonatas Silva? – ele disse com voz firme.
O coração de Jonatas bateu mais forte. Com certeza seus avós
haviam mandado a polícia atrás dele. Não respondeu nada, apenas olhou pela
janela como se não fosse com ele.
Policial: Jonatas Silva? – perguntou mais irritado.
Sem respostas. Todos estavam tensos, olhando uns paras os
outros. Nesse momento o motorista e o resto dos passageiros já estavam dentro
do ônibus, alguns impacientes.
“Quem é esse?” As pessoas perguntavam para o policial.
Policial: Ele é um menor de idade, que
provavelmente está viajando sem um acompanhante responsável. Sinto muito, mas
essa viagem terá de ser cancelada! – ele disse para o motorista – Pode retornar
para cidade de origem.
As reclamações e protestos dos passageiros encheram o ar. A
viagem ia ser cancela por culpa de Jonatas! Várias pessoas iam perder seus
compromissos por conta dele. Era melhor assumir a responsabilidade de uma vez.
Jonatas: Sou eu. – ele se levantou.
Automaticamente atraiu todos os olhares. O policial o
avaliou da cabeça aos pés.
Policial: Vem comigo. – disse seco.
Jonatas pegou suas coisas e desceu do ônibus. Já dentro da
viatura, viu o ônibus partir em direção a seu destino. Além do polical que
estava ao volante, o mesmo que havia o tirado de dentro do ônibus, havia outro
no banco de passageiros.
Polical 2: Você é menor de idade, garoto?
Jonatas apenas assentiu com a cabeça.
Policial 2: Por que fugiu?
Jonatas permaneceu calado. O policial não insistiu.
Policial 2: Já soube do seu avô?
Jonatas: O que houve com meu avô? – ele disse se
desencostando da janela rapidamente.
Já sentia que havia coisa ruim acontecendo e isso era tudo
fruto de sua desobediência a Deus.
Jonatas: Diz, o que houve com ele?
No próximo domingo, parte final da história de Jonatas!
Fiquem na paz, Lay.
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